Você está com fome de verdade — ou só quer comer alguma coisa?

Um dos segredos esquecidos da nutrição na menopausa

5/8/20254 min read

Olá!

Essa pergunta pode parecer simples… mas a resposta, para muitas mulheres, não é.
Na menopausa, especialmente, é comum perdermos a conexão com os sinais reais do corpo — e comer por hábito, estresse ou cansaço acaba virando o novo normal.

Essa é a Parte 2 da série Os Segredos (Quase Esquecidos) da Nutrição na Menopausa.
Na primeira parte, falamos sobre um gesto pequeno que pode gerar uma grande mudança: comer devagar.
Se você ainda não leu, vale muito a pena começar por lá: clique aqui para acessar.

O Segredo nº 2 é tão poderoso quanto o primeiro.

Mas antes de revelar, me diz se você se identifica com alguma dessas situações:

  • Já pegou um biscoito (ou três) na copa do trabalho só porque estava ali?

  • Já ficou beliscando sem perceber enquanto trabalhava ou dirigia?

  • Já se viu desconectada em frente à TV, com uma taça de vinho e um pacote de batata frita, só tentando relaxar?

Se você respondeu sim para qualquer uma dessas, saiba: você não está sozinha.
E não tem nada de errado em comer algo só porque você quer.

Mas aqui entra algo que faz toda a diferença: muitas de nós comemos por hábito, por impulso, ou simplesmente porque “é hora de comer” — e assim vamos ignorando os sinais reais de fome do corpo.

Talvez você nem lembre mais como é sentir fome de verdade.

E isso não é só uma questão de hábito.

A queda do estrogênio impacta diretamente os hormônios que regulam a fome e a saciedade, como a grelina (que aumenta a fome) e a leptina (que reduz a saciedade).
Além disso, eleva os níveis de neuropeptídeo Y, que estimula o apetite, e reduz a ocitocina, diminuindo a sensação de saciedade emocional.

Como se não bastasse, a redução de estradiol e progesterona favorece a redistribuição da gordura corporal, que tende a se acumular mais na região abdominal.

Ou seja: não é falta de força de vontade. Seu corpo está passando por mudanças reais — e aprender a escutá-lo faz toda a diferença.

Comer de acordo com os sinais do seu corpo é uma habilidade. E ela muda tudo.

Se você quer emagrecer, manter o peso ou simplesmente comer com mais consciência, esse passo pode ser transformador.

Por isso, o Segredo nº 2 é:

Coma quando estiver (realmente) com fome.

Parece óbvio, né? Mas se fosse tão simples, a gente não veria tanta gente comendo sem fome — e depois se sentindo desconectada, culpada ou frustrada.

Você reconhece a fome de verdade?

Quando foi a última vez que você percebeu com clareza que estava com fome?
E como percebeu isso? Quais sensações físicas estavam presentes?

Teve uma época da minha vida em que, se alguém me fizesse essas perguntas, eu não saberia responder.
E muitas das minhas clientes relatam o mesmo: às vezes faz anos — até décadas — que não sentem fome real.

Na vida adulta, é comum:

  • Beliscar o dia todo sem perceber

  • Comer sempre nos mesmos horários, de forma automática

  • Comer antes da fome aparecer, só para evitar o desconforto

  • Comer por distração ou por ansiedade

E se você já fez muitas dietas, talvez esteja ainda mais desconectada desses sinais — especialmente se está acostumada a pensar em comida o tempo todo.
Você pode até sentir que “está com fome o tempo inteiro”.

Além disso, algumas mulheres que passaram por escassez alimentar ou restrição intensa sentem desconforto ao sentir fome, associando-a à privação.
Isso faz com que queiram evitá-la a todo custo — andando sempre com um lanchinho na bolsa “só por segurança”.

Tudo isso faz sentido. Nossa relação com a comida tem muito a ver com a nossa história pessoal, familiar e emocional.

Mas aqui vai um lembrete importante:

A fome é um sinal natural e essencial do seu corpo.

Ela serve para te manter nutrida.
É como aquela luz do painel do carro que acende quando o combustível está acabando — um alerta, não uma emergência.

Fome x Apetite: qual é a diferença?

Esses dois termos costumam ser usados como sinônimos, mas representam coisas bem diferentes:

Fome é fisiológica.

É a necessidade real de energia.
Você sente no corpo:

  • Estômago vazio ou roncando

  • Queda de energia

  • Dificuldade de concentração

  • Sensação de esvaziamento

Apetite é psicológico.

É a vontade de comer algo específico — mesmo sem fome.
Pode ser ativado por:

  • Estresse

  • Cheiro de comida

  • Tédio

  • Emoções

  • Procrastinação

  • Recompensas (tipo: “mereço um agrado”)

E tudo bem comer por apetite de vez em quando.
Mas reconhecer a diferença te dá autonomia e poder de escolha.

Como praticar essa habilidade no dia a dia?
PASSO 1 – Brinque de “Fome ou Vontade de Comer?”

Na próxima vez que for comer, se pergunte:

  • Comeria proteína com vegetais se fosse só isso que tivesse?

  • Meu estômago está roncando ou parece vazio?

  • Já se passaram 3 a 4 horas desde a última refeição?

  • Estou com energia baixa ou só entediada?

  • Estou beliscando por ansiedade ou por necessidade física?

Dê um nome: fome ou apetite.

Só isso já traz consciência.
E às vezes, você vai perceber que tem os dois:

"Estou com fome para uma fatia de pizza e com apetite pra três."

Se esse simples exercício já te deixa ansiosa, pare por aqui. Vá no seu tempo.
O mais importante é observar sem julgamento.

PASSO 2 – Coma quando estiver (de fato) com fome

Se você já consegue perceber os sinais, experimente esperar pela fome leve a moderada antes de comer.

⚠️ Não precisa esperar a fome extrema — essa pode fazer você perder o controle ou comer rápido demais.

E quando for comer, lembre-se do Segredo nº 1: coma devagar.
Essa combinação transforma sua experiência com a comida.

Por que isso é ainda mais importante na menopausa?

Durante a menopausa, ocorrem mudanças hormonais que:

  • Aumentam a sensibilidade emocional ao comer

  • Reduzem a saciedade

  • Diminuem o gasto energético

  • Facilitam o acúmulo de gordura visceral

Resgatar a consciência sobre fome e saciedade é uma maneira prática, gentil e sustentável de ajustar a alimentação — sem medidas radicais, sem cortar os alimentos que você ama, e sem precisar contar calorias.

Juntando tudo

Você não precisa acertar sempre.
Cada refeição é uma nova oportunidade de treinar sua escuta interna.
Com o tempo, isso se torna mais natural — e mais transformador.

A consciência vem antes da mudança.
E é por isso que esse segundo segredo é tão importante.

Nos meus programas, você aprende a aplicar estratégias como essa — de forma estruturada, com acompanhamento e materiais práticos que ajudam a sair do automático.

Clique aqui para conhecer e entender como posso te ajudar nessa fase.

E não perca: vou compartilhar o Segredo nº 3 em breve — como saber quando já comeu o suficiente.

Não perca!

Com amor,
Dri